Dar oportunidades, fazer a diferença na vida das pessoas, incentivando-as a descobrirem seus dons. O projeto “Turma do Sítio”, em São Jacinto, na área rural de Cabo Frio, mantido pela Fundação Santo Agostinho, tem revelado talentos e inserido a comunidade no mercado de trabalho.
O estudante Luiz Otávio, de 12 anos, aluno do sexto ano do ensino fundamental da Escola Municipalizada Retiro, em São Pedro da Aldeia participa das atividades da Turma do Sítio desde o ano passado. O incentivo veio da família, um dos irmãos de Luiz é funcionário da Fundação Santo Agostinho. Luiz Otávio nem imaginava que a música pudesse transformar a vida dele. Aluno aplicado da oficina de cavaquinho, nunca tinha tocado o instrumento e, aos poucos, percebeu que o som das cordas pode levá-lo a ter um futuro melhor. “-Antes, eu ficava sem fazer nada em casa, depois da escola. Onde moro, falta lazer para os jovens. Agora, o cavaquinho me leva às apresentações e sei que se eu me dedicar, posso me tornar um grande músico, a Turma do Sítio me mostrou que eu sou capaz e ninguém tira isso de mim”, ressaltou Luiz.
Stefany, de 8 anos, é outra aluna aplicada. Ela participa de várias oficinas e vem se destacando pela determinação em querer aprender sempre mais. No cavaquinho, Stefany encanta ao tocar o choro “Brasileirinho”, composição de Waldir Azevedo. “- Não acho difícil, é só prestar atenção, que a gente aprende e eu quero aprender mais”- disse Stefany.
Os grupos de cavaquinho, de percussão, de dança e de capoeira já se apresentaram na Câmara de Vereadores de Cabo Frio, na Casa de Cultura Cháritas, na Casa dos 500 anos, também em Cabo Frio e em Macaé. A cada apresentação, eles são convidados para mostrarem seus talentos em outras cidades da Região dos Lagos e também já receberam convites para uma apresentação em Santos, no litoral de São Paulo e em Vassouras, na Região Sul do Estado do Rio.
-“Infelizmente, ainda não temos um ônibus próprio para levar as nossas crianças e jovens para os lugares mais distantes. Estamos elaborando projetos, buscando essa parceria com as empresas. Com isso, passaremos a ter mais autonomia em relação ao transporte, podendo programar atividades fora do sítio com regularidade”, ressaltou o presidente da Funsaga, Sérgio Pegado.
Em um ano de funcionamento, 300 crianças e jovens de baixa renda são atendidos, segunda a sexta-feira, na Turma do Sítio.
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